Fundada em 1959, a Casa do Brasil é uma das 37 residências abrigando anualmente os quase 5.500 residentes de todas as nacionalidades da Cidade Internacional Universitária de Paris. Há cinquenta anos ela acolhe professores, pesquisadores e estudantes brasileiros que chegam a Paris em programas acadêmicos, ou ainda artistas e profissionais brasileiros em estágio de aperfeiçoamento. Ao longo do tempo, foi a residência temporária de Joaquim Pedro de Andrade, Jaime Lerner, Zuenir Ventura, Sebastião Salgado, Arthur Moreira Lima, Zózimo Barroso do Amaral, Antonio Abujamra, Francisco Rezek, Maria Manuela Carneiro da Cunha e outros.
Mais do que simples residência universitária, a Casa do Brasil é também um patrimônio de grande valor arquitetônico e cultural. O edifício em que funciona, fruto do projeto arrojado e original de Lúcio Costa e Le Corbusier, têm alto prestígio no campo da arquitetura. Desde 1985 está inscrito no patrimônio histórico e cultural francês e, enquanto marco reconhecido na arquitetura do século XX, é visitado por centenas de turistas, profissionais e estudantes de arquitetura de todas as nacionalidades. A restauração realizada em 2000, necessitou a colaboração de diversos profissionais e técnicas avançadas, preservando a escolha dos materiais e cores de origem e garantindo uma maior durabilidade ao prédio.
A Casa do Brasil possui, além dos alojamentos, os espaços de uso comum como a Sala Lucio Costa, um Hall de exposição e uma Sala de reuniões. Tal estrutura pode ser colocada à disposição da organização de grandes eventos e possibilita à Casa do Brasil exisitir como um pólo cultural brasileiro implantado num espaço privilegiado de Paris.
Cidade Universitária, um lugar de intercâmbio
Fiel ao espírito de abertura proposto por seus criadores, a Cité vem propiciando há mais de 80 anos uma convivência internacional que favorece trocas entre culturas do mundo. Diferentemente do conceito anglo- saxão de « campus », a Cité não abriga nenhuma grande escola ou universidade. Ela é na verdade um conjunto de residências que atendem às necessidades de alojamento e dão apoio logístico a estudantes e pesquisadores dos mais diversos horizontes.
Os residentes deste vasto conjunto são estudantes em nível de pós-graduação ou professores e pesquisadores de origens nacionais e científicas múltiplas que vêm realizar cursos e estágios em estabelecimentos de ensino e pesquisa da região parisiense. Entre eles os franceses são cerca de 30 por cento, e a cada ano mais de 120 nacionalidades são representadas, justificando plenamente o título de Cité Internationale.
Desde o ínicio do século XX, os países que se associaram à idéia dos criadores da Cité construíram suas próprias casas, que hoje são chamadas Maisons Nationales. Aquelas que foram construídas por mecenas privados e entregues à administração direta da Fondation Nationale – Cité internationale universitaire de Paris são chamadas Maisons Rattachées. As várias atividades culturais e esportivas que se desenvolvem tanto nas residências quanto nos espaços comuns, propiciam o encontro e a integração destas elites que são as futuras lideranças de seus países.
Mas a originalidade da Cité é mais profunda e sutil. Ela está na criação de uma verdadeira comunidade onde as palavras-chave são tolerância, compreensão, intercâmbio e respeito à alteridade. A existência de casas nacionais diversas não significa a existência de guetos pois, devido a um sistema de intercâmbio, cada casa abriga pessoas das mais diversas origens, estabelecendo assim as condições essenciais à multiplicidade de contatos entre os residentes.
Aberta ao mundo exterior, a Cité Internationale Universitaire de Paris é, em resumo, um lugar de comunicação entre as diversas culturas, a serviço da cooperação intelectual e cultural no mundo.